Preciso ser influenciador para viver de música?
Por CAIO, 23 de setembro de 2024

Ser ou não ser um influenciador para viver de música? Eis a questão. Se você deseja compreender melhor essa decisão, leia este artigo e tenha ótimas ideias para a sua carreira independente.
Comecei a cantar aos 14 anos de idade, na igreja evangélica. Com o tempo, compreendi que a música, para mim, era mais do que um lazer. Eu desejava me sustentar daquilo.
Porém senti de fazer uma faculdade em outra área, para ter uma garantia profissional. Depois de ganhar uma bolsa do ProUni, consegui cursar publicidade e propaganda, em 2009.
Sempre preferi ser autônomo, então, naquela época, criava projetos de marketing para algumas pequenas lojas, junto com amigos de sala.
Certa vez, uma professora nos convidou para cuidar das redes sociais — basicamente Facebook, Twitter e Blog — de uma empresa em que ela era gerente de marketing.
Não existia tanta especialização assim para se usar as redes. Nosso trabalho, basicamente, era responder aos comentários de clientes e postar produtos e promoções da empresa.
Eu não fazia a menor ideia do tempo que essas plataformas ocupariam cada vez mais em nossas rotinas.
15 anos depois, ser influenciador digital se tornou quase uma obrigação, para quem quer ter alguma relevância profissional na internet.
Para o artista independente, esse, afinal, serial o único jeito de viver de sua música?
Resumo desse artigo:
ToggleEstamos saturados de produzir conteúdo
Segundo a BBC, mais de 2,11 bilhões de usuários do mundo todo estão ativos diariamente no Facebook.
Somente no Brasil, 99 milhões de pessoas utilizam o Instagram todos os dias, conforme pesquisa da plataforma Opinion Box. Com tanta gente online, produzir conteúdo tornou-se uma corrida em direção à ansiedade para ser visto.
As redes sociais trouxeram uma nova possibilidade de divulgação para os artistas independentes.
A expansão do aplicativo Facebook, a partir de 2004, despertou um ar de esperança a tantos cantores e músicos que enfrentavam dificuldades para espalhar seu trabalho ao maior número possível de pessoas.
A plataforma inovadora atingiu seu primeiro bilhão de usuários em 4 de outubro de 2012 e, de lá para cá, aquilo que era um sonho, para a maioria dos artistas virou pesadelo.
Nasce a profissão “Influenciador Digital”
Se antes as redes sociais funcionavam como um suporte opcional de divulgação, elas se transformaram em item obrigatório para a sobrevivência da música independente — e o que é obrigatório, não necessariamente é bom.
Recente levantamento divulgado pela Folha de São Paulo mostra que, por conta da baixa entrega orgânica dos algoritmos, vários artistas têm escolhido se afastar da plataforma. O motivo: muito conteúdo é produzido, mas o alcance é cada vez menor.
De acordo com pesquisa publicada pela Nielsen em 2024, o Brasil é líder mundial na quantia de influenciadores digitais no Instagram (são mais de 10,5 milhões de pessoas).
Investir tanto tempo e energia nessas plataformas, entretanto, está trazendo resultados reais?
Muito conteúdo, pouco dinheiro
Segundo recente estudo da agência Influeny.me publicado no site Mundo do Marketing, 4 em cada 10 influenciadores digitais — isso equivale a 41% — recebem até R$ 500,00 por mês.
O artista independente, que se viu obrigado a aprender a ser criador de conteúdo, acaba investindo muito mais do que recebe, porque precisa dedicar a maior parte do seu tempo na tentativa de viralizar conteúdos (e ainda assim receber pouquíssimo por isso).
Seria possível viver de música atualmente, sem ser influenciador?
Seguidor não é sinônimo de fã
Um dos pilares do marketing é definir quem é o público-alvo de uma marca, produto ou empresa.
É comum, nos dias de hoje, chamar esse conjunto de pessoas de “comunidade”; e os indivíduos que a compõem são categorizados como “personas”.
Persona é, em linhas gerais, a representação de todas as características físicas, sociais, culturais, psicológicas e padrões de comportamento de uma pessoa.
Obviamente, é um tipo de mapeamento social que os profissionais de marketing usam, para tentar criar produtos hiper personalizados e gerar vendas.
Nenhuma amostra grátis, brinde, evento de lançamento ou qualquer outra coisa do tipo, é disponibilizada pelas empresas sem a finalidade de vender seus produtos e serviços.
A presença delas nas redes sociais também têm esse propósito.
Elas não desejam a fama pela fama, mas criar relevância para aumentar suas bases de consumidores.
Nem todo seguidor de uma marca, contudo, é um cliente.
Da mesma maneira, nem todo seguidor de um artista independente é um fã — a maioria, aliás, não é.
Por que, então, você deveria investir tanto tempo para nutrir pessoas que não estão dispostas a pagar por um ingresso de show, comprar merchandising, ou até mesmo ouvir suas músicas?
Priorize as relações que trazem retorno
Ninguém, em sã consciência, fica “se rastejando” por uma pessoa que não lhe dá a devida atenção, concorda?
Se em nossas vidas afetivas nós priorizamos a reciprocidade, na sua carreira independente a premissa deve ser a mesma.
É possível, sim, você viver da sua música sem se tornar influenciador digital, se o foco estiver em nutrir o público disposto a te dar algo em troca; esse público que gosta do seu trabalho e que se vê representado nele.
Ao tentar falar com todo mundo e não mapear quem seria, de fato, a sua comunidade, você desperdiça seu tempo na internet e não garante retorno efetivo ao seu trabalho.
Mapeie sua comunidade
Canais de comunicação exclusivos costumam ser mais eficientes, quando o objetivo é manter uma comunidade engajada.
Além do mais, você garante que seu público de interesse realmente receba seus conteúdos, sem ficar refém da baixa entrega dos algoritmos.
Algumas alternativas para colocar essa estratégia em prática:
- Grupo no Telegram
- Lista de transmissão no Whatsapp
- Envio de newsletter para assinantes
- Perfil exclusivo para fãs nas redes sociais
Ao filtrar quem realmente deseja te ouvir, vender seus ingressos, itens de merchandising e levar tráfego para os seus lançamentos, se torna mais eficiente.
Aprenda Música Primeiro, Números Depois
A música e as redes sociais podem sim andar juntas, mas não são o único caminho atual para se viver de sua arte — música é uma forma de interação social e interação social é uma necessidade intrínseca a nós humanos.
Para conquistar autossuficiência em sua carreira musical independente, eu recomendo fortemente que você conheça a jornada online “MINHA GRAVADORA: Música Primeiro, Números Depois”.
Ela propõe 11 passos fundamentais para se viver de música independente, sem precisar:
- Ser influenciador digital
- Estar nas maiores gravadoras
- Ser aparentado de algum famoso
- Ter um grande orçamento de divulgação
Ao olhar para a sua carreira como uma profissão e um trabalho sério, com planejamento, tempo e dedicação, é possível viver da sua arte de forma equilibrada.
E quais são os 11 passos fundamentais da jornada “Minha Gravadora”?
Nesse curso online, você vai compreender as etapas essenciais para uma carreira independente rentável:
- Introdução: a música é uma profissão
- Sendo sua própria gravadora: as bases para um trabalho profissional
- Você é seu principal investidor: se organizando com um trabalho paralelo
- As fontes de dinheiro na música independente
- Descubra seu Objetivo Artístico
- Planejando 1 ano de trabalho: realizando grandes objetivos por partes
- Repertório e Conceito Artístico: você sabe o seu?
- Marketing e Mídia – onde a magia acontece
- Jurídico: sim, você precisa entender os principais contratos da sua carreira independente
- Música profissional é coletiva: busque parceiros
- Viver de Música não é só tocar e cantar

Quero aprender a ter uma carreira musical sem viralizar nas redes
[Jornada online Completa]
Conclusão
As redes sociais podem ser nossas aliadas na gestão de nossa carreira artística independente.
Quando compreendemos os fundamentos das estratégias que adotamos, somos capazes de definir as práticas mais alinhadas com nosso perfil e objetivos.
Você pode ter excelentes resultados com a sua música, sem depender de uma superexposição online.
A qualidade e verdade artística sempre se sobressaem diante de números vazios, hora ou outra.
Foco, disciplina e consistência são a chave para se caminhar de forma equilibrada.
Ficou com alguma dúvida? Deixe um comentário! 😉
Perguntas Frequentes para entender se você precisa ser influenciador para viver de música:
No Brasil, 99 milhões de pessoas utilizam o Instagram todos os dias, conforme pesquisa da plataforma Opinion Box.
Mais de 10,5 milhões de pessoas são influenciadores digitais no Brasil, de acordo com pesquisa publicada pela Nielsen em 2024. O Brasil, inclusive, é líder mundial na quantia de influenciadores digitais no Instagram.
41% dos influenciadores ganham até R$ 500,00 por mês, no Brasil, segundo recente estudo da agência Influeny.me publicado no site Mundo do Marketing.
Sim. A música e as redes sociais podem sim andar juntas, mas Instagram, TikTok e Spotify não são o único caminho atual para se viver de sua arte.
Mapeie sua comunidade usando canais de comunicação exclusivos, tais como grupo no Telegram, lista de transmissão no Whatsapp e Instagram, disparo de newsletter para assinantes, etc. e dedique seu conteúdo para quem realmente tem interesse em pagar por seu trabalho.
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CAIO
Autor
CAIO é cantor e compositor natural de Belo Horizonte. Uma das apostas de 2024 da aclamada revista Rolling Stone Brasil, atua como artista independente há mais de 12 anos. Formado em Publicidade e Propaganda pela Faculdade Sul Americana, aplicou a experiência corporativa na própria carreira musical. Desde então, o êxito das ações levaram o artista a dividir colaborações com grandes nomes da música brasileira, tais como Daniela Mercury e Vanessa da Mata.
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